domingo, 27 de dezembro de 2009

MENSAGENS DE DALAI LAMA

Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior. Estas atitudes se refletirão em mudanças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto em diante, as mudanças se expandirão em proporções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz efeito, causa algum impacto.
A felicidade é um estado de espírito. Se a sua mente ainda estiver num estado de confusão e agitação, os bens materiais não lhe vão proporcionar felicidade. Felicidade significa paz de espírito.
Se existe amor, há também esperança de existirem verdadeiras famílias, verdadeira fraternidade, verdadeira igualdade e verdadeira paz. Se não há mais amor dentro de você, se você continua a ver os outros como inimigos, não importa o conhecimento ou o nível de instrução que você tenha, não importa o progresso material que alcance, só haverá sofrimento e confusão no cômputo final.
O homem vai continuar enganando e subjugando outros homens, mas insultar ou maltratar os outros é algo sem propósito.

O fundamento de toda prática espiritual é o amor. Que você o pratique bem é meu único pedido.

DALAI LAMA

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Lembrar


Lembrar

Me vesti com as cores
de uma casa para encontrar
abrigo em mim mesmo.
Agora tenho um gato e um acordeom
tocando ao fundo as emoções.
Ah! Remédios,
Se acaso você possa
me leve sempre com você,
me carregue pela mão,
me deixe no pensamento
o seu jeito de lembrar.

(André Neves)

Feliz Sem Novo Noel!

Feliz Sem Novo Noel!

Por José Martins Cajaíba

Conta a lenda que há muitos e muitos anos, lá num distante e incerto lugar, existiu um povo muito pacífico, amoroso e feliz. Não tinham e muito menos sabiam o que era calendário gregoriano, horário, relógio e outras coisinhas ditas como modernas. O que valia era o funcionamento orgânico do corpo. Dormiam com as galinhas e acordavam com os galos.
Para esse povo - "Rongos" - os dias eram simplesmente iguais. Não havia sábados, domingos, feriados, dias úteis e inúteis. Tinham apenas manhã, tarde, noite e madrugada. Os compromissos e encontros eram organizados e respeitados pelo ciclo do nascer e pôr do sol. Era tudo na base do viver e amar. Palavras e expressões como Feliz Natal; Próspero Ano Novo; Papai Noel; Comprar Presentes; Visitar Parentes; Confraternização; Ceia Natalina; Bom Velhinho etc. não tinham o menor significado para os Rongos. Eram como o vento ou um vazio mental. Eles simplesmente não sabiam que negócio era esse.
Tudo ia muito bem, até que um dia receberam a visita de um elegante grupo de meia dúzia de rapazes e moças. Todos muito bem trajados, de acordo com as últimas tendências da moda, com fotos da Madonna, notebooks e celulares de última geração. Tudo muito fashion e fútil. O grupo visitante trazia a tradicional, desgastada e óbvia mensagem de paz, amor e felicidade, como se os Rongos não vivessem assim e precisassem disso. O curioso era que o comportamento do grupo não refletia a tal mensagem. Pois é! No lugar da paz, uma certa agressividade; no do amor, desrespeito e no da felicidade, tristeza. O grupo oferecia ao ordeiro povo as suas ditas novidades e trivialidades de final de ano o que, independentemente da intenção, provocou um conflito cultural e de valores. E aí tudo começou.
"Mas como assim? Vocês não vão às lojas comprar presentes? Não vão desejar feliz natal às pessoas? Nem, unzinho só, feliz ano novo?" Perguntou - entre susto e surpresa - um dos rapazes (o mais falante) do grupo visitante. Uma das moças, agressivamente arrematou: "Então vocês vão passar as festas sozinhos, abandonados e longe dos parentes?" E ainda tentou ser cruel ao concluir: "Vocês estão desrespeitando uma tradição universal!"
Pacientemente os Rongos ouviam e suavemente sorriam. "Não, não estamos sozinhos e muito menos abandonados. É que escolhemos viver assim. Esse é o nosso estilo de vida!" respondia um amável senhor, quando... de repente uma outra moça visitante intrometeu-se e: "Tá bom, mas pelos menos vocês vão fazer uma ceia de confraternização e de demonstração de amor ao próximo. Ah, isso vocês vão, não é?"
E os Rongos concluíram: "Compreendemos e respeitamos a intenção de vocês. É que vivemos felizes e amamos as pessoas independentemente de dias, datas e horários. Não estamos aprisionados a tradições, modismos e ideias de consumo. Não somos reféns das coisas estabelecidas. Não precisamos que digam quando devemos ficar alegres. Somos assim, livres e responsáveis pelas nossas escolhas. Leves e soltos!"
Fez-se um enigmático silêncio. "Bem, está na hora de partirmos" disse um dos rapazes. Todos se cumprimentaram e o grupo foi embora, não sem antes desejar aquelas coisas e repetindo as batidas palavras, que para os Rongos não tinham qualquer significado.
Enquanto o grupo se afastava e reprisava as palavras, os Rongos, incrédulos e ingenuamente, retribuíam em alto e bom som com algumas das palavras que tinham ouvido: "Feliz Sem Novo Noel!"
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José Martins Cajaíba - Acredita na paz, no amor e na liberdade. Também acredita na felicidade, mesmo SEM! -
jcajaiba@qualymar.com.br

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Um jardim no coração


Um jardim no coração

Neste Natal plante um jardim no seu coração.

Não se preocupe em fertilizar pois a terra do coraçãoé boa e naturalmente dadivosa.
O mais importante é escolher as sementes certas.
No jardim de seu coração não pode faltar a semente da FÉ.
As flores da fé deixarão seu coração resistente e fortalecido o bastantepara que você possa suportar todas as intempéries da vida.

Plante a semente do AMOR UNIVERSAL.
Esta planta precisa de cuidados especiais, porém suas floressão tão sublimes que exalarão as doces fragrâncias do perdão,da gratidão, da união com todos os seres e davontade de servir desinteressadamente.

Plante as sementes da ALEGRIA e do ENTUSIASMO.
Estas plantas darão flores vivazes e comunicativas quecantarão para as outras flores, se vestirão das mais variadascores e serão beijadas pelos colibrís.

Plante a semente da HUMILDADE.Além de belíssima, esta planta tem o raro condão de impedir ocrescimento das ervas daninhas do orgulho, do egoísmo e do ressentimento.As flores da humildade exalarão o aroma da simplicidade, da leveza e da paz.

Plante as sementes da PERSEVERANÇA nos quatro cantos do seu jardim.
Estas plantas crescerãolentamente, ficarão viçosas e encorpadas com o tempo.
Demorarão para dar suas flores esplêndidas para que você entendaque, às vezes, é preciso esperar para conseguir algo realmente valioso e definitivo.
E não se surpreenda se um dia notar que, bem no centro de seu jardim,nascer uma planta raríssima que você não plantou.
Ela veio por lei de afinidade ao ver a beleza dasoutras plantas e das outras flores.
Chamar-se-á planta da SABEDORIA.
Suas flores nobres e fulgurantes exalarão o perfume dodiscernimento e permitirão que você possa contemplartoda a Criação pelos próprios olhos de Deus.


(Fátima Irene) http://www.laurapoesias.info/natal/natal_de_2009/um-jardim
-no-coracao.htm

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

AS RAZÕES DO AMOR

AS RAZÕES DO AMOR- RUBEM ALVES"

Os místicos e os apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa : "A rosa não tem"porquês". Ela floresce porque floresce." Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema As Sem-Razões do Amor. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento. "Eu te amo porque te amo..." - sem razões... "Não precisas ser amante, e nem sempre sabes sê-lo." Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra. "Amor é estado de graça e com amor não se paga." Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que "amor com amor se paga". O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa que floresce porque floresce, eu te amo porque te amo. "Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamentos vários... Amor não se troca... Porque amor é amor a nada, feliz e forte em si mesmo..." Drummond tinha de estar apaixonado ao escrever estes versos. Só os apaixonados acreditam que o amor seja assim, tão sem razões. Mas eu, talvez por não estar apaixonado (o que é uma pena...), suspeito que o coração tenha regulamentos e dicionários, e Pascal me apoiaria, pois foi ele quem disse que "o coração tem razões que a própria razão desconhece". Não é que faltem razões ao coração, mas que suas razões estão escritas numa língua que desconhecemos. Destas razões escritas em língua estranha o próprio Drummond tinha conhecimento, e se perguntava: "Como decifrar pictogramas de há 10 mil anos se nem sei decifrar minha escrita interior? A verdade essencial é o desconhecido que me habita e a cada amanhecer me dá um soco." O amor será isto: um soco que o desconhecido me dá? Ao apaixonado a decifração desta língua está proibida, pois se ele a entender, o amor se irá. Como na história de Barba Azul: se a porta proibida for aberta, a felicidade estará perdida. Foi assim que o paraíso se perdeu: quando o amor - frágil bolha de sabão - não contente com sua felicidade inconsciente, se deixou morder pelo desejo de saber. O amor não sabia que sua felicidade só pode existir na ignorância das suas razões. Kierkegaard comentava o absurdo de se pedir aos amantes explicações para o seu amor. A esta pergunta eles só possuem uma resposta: o silêncio. Mas que se lhes peça simplesmente falar sobre o seu amor - sem explicar. E eles falarão por dias, sem parar... Mas - eu já disse - não estou apaixonado. Olho para o amor com olhos de suspeita, curiosos. Quero decifrar sua língua desconhecida. Procuro, ao contrário do Drummond, as cem razões do amor... Vou a Santo Agostinho, em busca de sua sabedoria. Releio as Confissões, texto de um velho que meditava sobre o amor sem estar apaixonado. Possivelmente aí se encontre a análise mais penetrante das razões do amor jamais escrita. E me defronto com a pergunta que nenhum apaixonado poderia jamais fazer: "Que é que eu amo quando amo o meu Deus?" Imaginem que um apaixonado fizesse essa pergunta à sua amada: "Que é que eu amo quando te amo?" Seria, talvez, o fim de uma estória de amor. Pois esta pergunta revela um segredo que nenhum amante pode suportar: que ao amar a amada o amante está amando uma outra coisa que não é ela. Nas palavras de Hermann Hesse, "o que amamos é sempre um símbolo". Daí, conclui ele, a impossibilidade de fixar o seu amor em qualquer coisa sobre a terra..."

Encontrei minhas origens

ENCONTREI MINHAS ORIGENS

Encontrei minhas origens em velhos arquivos
livros...
encontrei em malditos objetos troncos e grilhetas
encontrei minhas origens no leste no mar em imundos tumbeiros
encontrei em doces palavras...
cantos em furiosos tambores...
ritos encontrei minhas origensna cor de minha pele nos lanhos de minha alma em mimem minha gente escura
em meus heróis altivos
encontrei encontrei-as enfim
me encontrei
(OLIVEIRA SILVEIRA)

sábado, 17 de outubro de 2009

O Brincar do Sertão

O brincar do Sertão

Primeiro descobri que gosto muito de brinquedo que me deixa quieta. Depois fui procurar quem ficava quieto brincando. Aí eu descobri um monte de meninos que têm esse jeito de brincar. E o que acabou acontecendo, sem querer na minha vida, foi que viajei lá longe, pelo sertão de Minas Gerais, para conhecer mais desses meninos e seus brinquedos. Fui muito curiosa, e entre os anos de 2003 e 2008, visitei várias vezes Morro da Garça, Cordisburgo e Andrequicé. Pequeninos lugares sertanejos onde me encantei com o brincar de muitos meninos cheios de alegria e imaginação. E a cada viagem eu aprendia mais, e queria saber mais e mais sobre esse tipo de brincar. E no meio disso tudo, esqueci de contar, quem também estava aprendendo brinquedos eram eles, porque tudo o que eu aprendia com um queria ensinar para o outro. Virou uma confusão de quem sabia ou não sabia brincar que, para arrumar essa história, resolvi escrever este livro: para os meninos queitos do sertão e para os meninos quietos da cidade. Vocês vão perceber que esses brinquedos são feitos de sentimentos e de coisas que são quase nada para muita gente, mas que se transformam em quase tudo dentro da nossa cabeça. E sabe quem teve essa ideia de falar sobre esses brinquedos? Foi um escritor brasileiro que viveu sua infância no sertão, na cidade de Cordisburgo. O nome dele é joão Guimarães Rosa. Eu descobri, quando já estava no meio da meninada, brincando de tudo e nada ao mesmo tempo, que o João não conseguiu escrever esse livro. Ele morreu antes de realizar seu sonho. Por isso, achei que, se ninguém escreveu até hoje um pequeno tratado de brinquedos para meninos quietos, eu deveria me aventurar a escrever.Vamos lá brincar?

Livro: Um Pequeno Tratado de Brinquedos para Meninos.
Obra de Selma Maria.
Editora Peirópolis.

As Três Vidas

Quem é António Augusto Millhouse Pascal? Que segredos rodeiam a vida deste homem de idade, que se esconde do mundo num casarão de província, acompanhado de três netos insolentes, um jardineiro soturno e uma lista de clientes tão abastados e vividos, como perigosos e loucos? São estes os mistérios que o narrador, um rapaz de uma família modesta, vai procurar desvendar não podendo adivinhar que o emprego que lhe é oferecido por Millhouse Pascal se irá transformar numa obsessão que acabará por consumir a sua própria vida. Passando pelo Alentejo, por Lisboa e por Nova Iorque em plenos anos oitenta - época de todas as ganâncias - e, desvendando o passado turbulento do seu patrão - na Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial -, As Três Vidas é uma viagem de autodescoberta através do «outro». Cruzando a história sangrenta do século XX com a história destas personagens, este romance é também sobre a paixão do narrador por Camila, a neta mais velha de Millhouse Pascal, e sobre a procura pelo destino secreto que a aguarda; que estará, tal como o do seu avô, inexoravelmente ligado ao destino de um mundo que ameaça, a qualquer momento, resvalar da estreita corda bamba sobre a qual ela se sustém.


João TordoNasceu em Lisboa em 1975 num ambiente artístico. Filho do cantor Fernando Tordo e de Isabel Branco que sempre esteve ligada ao cinema e mais tarde à moda. Andou no Liceu Pedro Nunes e «era o único que não jogava rugby», em vez disso lia, 'vício' que lhe pegou o padrasto depois do divórcio dos pais. Acabado o 12º ano, resolveu ir para Filosofia por ser «uma boa maneira de se pôr a pensar». Entrou na Universidade Nova de Lisboa e sentiu o peso da exigência do curso. As aulas de Filosofia medieval marcaram-no e confessa que a partir dali nunca mais viu o mundo da mesma maneira. Depois do curso ainda trabalhou em Lisboa algum tempo como jornalista freelancer mas sentiu a «necessidade de sair daqui e ir viver outras coisas». Foi o que fez e em 1999 rumou a Londres para fazer um mestrado em Jornalismo. A cidade influenciou-o a tantos níveis que quis ficar até «ao limite das suas possibilidades», mas quando deu por si a trabalhar num bar e a fazer traduções percebeu que era tempo de partir. A próxima paragem tinha que ser Nova Iorque - sempre o fascínio das cidades - e os cursos de escrita criativa do City College. Ia às aulas de manhã, servia às mesas de um restaurante durante o jantar e escrevia pela noite dentro. Os Homens sem Luz nasceram assim. No futuro, há outras histórias para contar.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Você é jovem, velho ou dinossauro?

Você é jovem, velho ou dinossauro? Autor - Ignácio de Loyola Brandão Ilustradora - Camila Mesquita Este é o "almanaque" que sempre quis montar e para o qual guardei material ao longo dos anos. Pequenas lembranças sem maior importância, que definem tempos vividos.Como fui, fomos, minha/nossa infância, casa, bairro, rua, hábitos familiares comuns, a evolução das coisas, palavras usadas e que se foram, palavras novas cujo sentido ainda nos escapa. Não é nostalgia, nem um tratado, a não ser um tratado de puro divertimento, pra zer, curiosidade. A memória tem mecanismos próprios e age segundo sua própria vontade. Lembro-me de uma coisa de uma maneira, você de outra, o terceiro de uma versão diferente. Pensamos que nos conhecemos, pensamos que temos certa idade. Este livro mostra que podemos ser mais jovens. Fatos que pareciam distantes estão perto. Ou mais velhos. Situações que pareciam próximas estão lá atrás, longe. Repasse um pouco do que viu, vivenciou, fez, sonhou, quis ter, procurou ser. E suas rela ções com o mundo de hoje.
Editora: Global

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Um estranho poder de cura

UM ESTRANHO PODER DE CURA
( Kenzaburo Oe )

"Meu filho deficiente mental, Hikari, foi despertado pela voz dos pássaros para a música de Bach e Mozart e acabou produzindo suas próprias obras. As pequenas peças que ele inicialmente compôs eram cheias de frescor e prazer. Pareciam gotas de orvalho brilhando sobre a relva. A palavra inocência é composta do prefixo "in", que significa "não", e de "nocere", "ferir". Ou seja, ela quer dizer "aquele que não fere". A música de Hikari era uma manifestação natural de sua própria inocência. Conforme ele passou a criar mais obras, no entanto, não pude deixar de ouvir nelas também a voz de uma alma escura e atormentada. Apesar de deficiente, seus esforços extenuantes permitiram que ele melhorasse suas técnicas de composição e aprofundasse suas concepções. E isso fez com que ele descobrisse no fundo de seu coração uma massa de tristeza que até então ele fora incapaz de expressar com palavras. O fato de expressá-la em música cura Hikari de sua tristeza, é um ato de recuperação. Mais ainda, seus ouvintes aceitaram essa música como algo que também os fortalece e restaura. Nesses fenômenos, eu encontro as razões para acreditar no estranho poder curativo da arte."

Trecho do discurso de aceitação do Prêmio Nobel de Kenzaburo Oe

domingo, 13 de setembro de 2009

Prece ao Quixote

Prece ao Quixote

Ah, Quixote! Venha nos salvar com a chama, com seu grito, com sua capacidade de sonhar.
Venha com fidelidade de Sancho, com amor encantado de Dulcinéia, com sua espada afiada e certeira e com a sua lúcida loucura.

Precisamos destruir os moinhos de certos inventos que torturam o nosso sono e sonhos.

As máquinas de voar ameaçam nossas cabeças e deixam-nos um bélico medo.
Precisamos preservar o ar, o verde, as flores e pássaros para garantir a vida.

Quixote, amigo, os reis com todas as pompas e frenéticos discursos, são frágeis e torpes. Estão nus e presos ao engano.
São dirigidos por poderes invisíveis e temos que digeri-los diariamente nas imagens a cores da tevê. Eles enrolam as palavras e nos enrolam escondendo-nos o caos.

Ah, Quixote amigo, venha, venha com urgência nos salvar.


Do livro: Alice no País da Poesia
Poeta: Elias José
Editora: Peirópolis

sábado, 12 de setembro de 2009

Posso ter defeitos


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Quero reeducar o meu olhar


Quero reeducar o meu olhar


Reaprender e reeducar o meu olhar porque, quando tenho a presunção ou pretensão de já ter aprendido, deixo de ter a abertura fundamental de quem é apaixonada pelas descobertas, pelo conhecimento.
Quero progredir no conhecimento de mim e do mundo, para isso é necessário reeducar o meu olhar, de modo que eu busque a novidade a todo momento e não me viciar com as paisagens fáceis e superficiais.
Quero aguçar o meu sentimento para que eu veja tanto no novo quanto no antigo o que eu não via antes.
Quero encontrar caminhos onde as barreiras pareçam intransponíveis, cruzar fronteiras.
Quero reeducar o meu olhar, o meu pensar. Reaprender sobre o mundo, respeitando sempre o espaço de dúvida que existe em cada certeza afirmada.
Quero uma percepção livre e leve para a criatividade.
Sei que reaprender a olhar o mundo não é tarefa fácil, pois se trata de abandonar o terreno das convicções de sempre, e aprender a arte do equilíbrio.
Em tudo isso há medo e insegurança, mas há também a alegria e o sabor da aventura, da novidade, da criatividade de me sentir criando caminhos e respeitando novos ares.
Quero criar novas conexões, descobrir novas relações, possibilidades mil.
Sei que reeducar meu olhar não é tudo. É apenas o começo para que eu reeduque minhas ações.
Rosa Cleide Marques

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quando Me Amei de Verdade


Quando me amei de verdade
(Kim McMillen & Alison McMillen)
Quando me amei de verdade
pude compreender que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa.
Então pude relaxar.
Quando me amei de verdade
pude perceber que o sofrimento emocional é um sinal de que estou indo contra a minha verdade.
Quando me amei de verdade
parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Quando me amei de verdade
comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma coisa ou alguém que ainda não está preparado.- inclusive eu mesma.
Quando me amei de verdade
comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável.
Isso quer dizer: pessoas, tarefas, crenças e - qualquer coisa que me pusesse pra baixo.
Minha razão chamou isso de egoísmo. Mas hoje eu sei que é amor-próprio.
Quando me amei de verdade
deixei de temer meu tempo livre e desisti de fazer planos.
Hoje faço o que acho certo e no meu próprio ritmo. Como isso é bom!
Quando me amei de verdade
desisti de querer ter sempre razão, e com isso errei muito menos vezes.
Quando me amei de verdade
desisti de ficar revivendo o passado e de me preocupar com o futuro. Isso me mantém no presente, que é onde a vida acontece.
Quando me amei de verdade
Perrcebi que a minha mente pode me atormentar e me decepcionar.
Mas quando eu a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Fui sabendo de Mim


Fui Sabendo de Mim
(Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas")


Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia
pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia
fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei
eu vi
a árvore morta
e soube que mentia.

domingo, 16 de agosto de 2009

O Livro sobre Nada


O Livro sobre Nada
Manoel de Barros

Com pedaços de mim eu monto um ser atônito.
Tudo que não invento é falso.
Há muitas maneiras sérias de não dizer nada, mas só a poesia é verdadeira.
Não pode haver ausência de boca nas palavras: nenhuma fique desamparada do ser que a revelou.
É mais fácil fazer da tolice um regalo do que da sensatez.
Sempre que desejo contar alguma coisa, não faço nada; mas se não desejo contar nada, faço poesia.
Melhor jeito que achei para me conhecer foi fazendo o contrário.
A inércia é o meu ato principal.
Há histórias tão verdadeiras que às vezes parece que são inventadas.
O artista é um erro da natureza. Beethoven foi um erro perfeito.
A terapia literária consiste em desarrumar a linguagem a ponto que ela expresse nossos mais fundos desejos.
Quero a palavra que sirva na boca dos passarinhos.
Por pudor sou impuro.
Não preciso do fim para chegar.
De tudo haveria de ficar para nós um sentimento longínquo de coisa esquecida na terra — Como um lápis numa península.
Do lugar onde estou já fui embora.

domingo, 9 de agosto de 2009

Vem andar comigo!!

Vem andar comigo..

(Jota Quest): Composição - Rogério Flauzino


Basta olhar no fundo dos meus olhos
Pra ver que já não sou como era antes
Tudo que eu preciso é de uma chance
De alguns instantes
Sinceramente ainda acredito
Em um destino forte e implacável
Em tudo que nós temos pra viver
É muito mais do que sonhamos
Será que é difícil entender?
Porque eu ainda insisto em nós
Será que é difícil entender?
Vem andar comigo
Vem, vem meu amor
As flores estão no caminho
Vem meu amor
Vem andar comigo
Vem andar
As flores estão no caminho
Vem amor
Vem andar comigo

domingo, 5 de julho de 2009

Cavalos Selvagens



Um dos maiores símbolos de liberdade, sem dúvida, são os mustangs, os famosos cavalos selvagens americanos que ainda correm livres pelo meio-oeste americano.A National Geographic deste mês publica uma reportagem sobre um programa americano que delimita, ao mesmo tempo que regula e protege, determinadas áreas em que esses magníficos animais podem permanecer livres.Se por um lado é cruel ver como cada vez mais o homem vai limitando o habitat de cada vez mais espécimes livres, pelo menos, ao que parece, há um esfôrço para que os mustangs não desapareçam por completo. Há programas de captura e adoção de animais, e muitos vezes detentos participam dessas atividades. E aí está o que mais me chamou a atenção, na frase abaixo, onde poeticamente Alexandra Fuller, autora da história, resume sua emoção perante o "funcionamento de um novo programa de rehabilitação de detentos-- no qual eles adestram os animais selvagens capturados" :

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Hoje é o meu aniversário

( Rosa Cleide Marques )

Quero fazer pedidos de amor a Deus
Quero ter Deus comigo todos os dias da minha
vida
Quero ter a visão Crística de tudo
Quero ser Acolhida pela terra quente
Quero o amor dos meus pais e da minha família
Quero continuar dando-lhes carinho e
ternura
Quero dedicar mais tempo para o próximo
Quero que meus amigos me amem de verdade
Quero ser verdadeira com eles
Quero abriga-los em meu coração sempre
Quero um amor verdadeiro
Quero sorrisos de esperança
Quero um mundo de união entre
irmãos
Quero o cerrado para Rocinante
Quero a água do Olho D´água
Queo apreciar o canto dos pássaros
Quero o homem preocupado com a terra
Quero todos os meus dias o maior amor
Que é Deus.

Amigos de sempre...

Amigos de sempre...

(Edson Gabriel Garcia)

...Amigos (todos, os de sempre, de antes, de agora e de depois, amigos de toda hora e de poucas horas, comunistas, tucanos, petitas, neo-liberais e radicais, amigos vermelhos, amarelos, brancos, negros, azuis e multicoloridos, amigos plurais e singulares, amigos de pouca conversa e muito trabalho, amigos do silêncio e da fala solta, alegres, tristes, guardados e escondidos, amigos moços, sem idade, amigos mais-que-perfeitos, pós-modernos, amigos perfeccionistas, amigos múltiplos em gênero número e grau, amigos de peito aberto, de cara limpa, de vergonha na cara, de brio, de olhos críticos e coração ardente, amigos de mãos carinhosas, de jeito manso e gostoso, de cumplicidade velada. Amigos, amigos...).